Não é raro ouvir dos estudantes de Direito os seguintes questionamentos: “Por que eu preciso escrever artigos, se eu não vou seguir a vida acadêmica?” ou “Meu objetivo é passar em um concurso público, logo não posso perder tempo com artigos” e tantos outros neste mesmo sentido. O que se constata é que um considerável número de acadêmicos da área jurídica não identifica de plano a real importância da pesquisa para a evolução do Direito.
Acontece que a pesquisa jurídica não é atividade restrita apenas àqueles que pretendem seguir uma carreira na academia, ou mesmo somente aos que buscam cursar uma pós graduação latu senso, mestrado ou doutorado. Na verdade, os operadores do Direito anseiam por evoluções no ordenamento de jurídico, apontam a existência de falhas ou omissões na legislação vigente e, vez por outra, também reclamam da necessidade de mudança de jurisprudências. Ora, como exigir essas mudanças sem que haja inicialmente um debate acerca da problemática?
É exatamente a partir da necessidade de se discutir um determinado tema, apontando o cerne da questão que se busca aprimorar, com a respectiva problematização, que surge o ambiente propício para fomentar o debate acerca das possíveis soluções. Na maioria das vezes, o aluno do curso do Direito desperta seu interesse pela pesquisa após o bacharelado, quando decide ingressar em cursos de pós-graduação.
Não se pode esquecer que a pesquisa também auxilia no melhor aproveitamento de uma disciplina, pois incentiva o aluno a buscar entendimento aprofundado sobre o tema visto em sala de aula, a analisar a aplicação da norma no caso concreto e a orientação dos Tribunais acerca do objeto pesquisado. Constata-se que a pesquisa é um precioso instrumento de aprendizado, de forma que não só o aluno tem a ganhar, como também toda a comunidade acadêmica e, consequentemente, a própria sociedade.
A partir do momento que a pesquisa do aluno é publicada, aumentam as chances de que sua ideia seja vista por outros discentes e professores, de forma a enriquecer ainda mais a discussão e fomentar as soluções para a problemática apontada no artigo. A comunicação da ideia do aluno através de publicações pela internet, rede sociais, revistas jurídicas virtuais e blogs especializados viabiliza a disseminação imediata do pensamento desenvolvido a ponto de atingir grupos de estudos e faculdades localizados nas mais variadas cidades. O uso da tecnologia na publicação de artigos torna o conhecimento muito mais acessível, pois não há necessidade de aguardar meses para a edição de um livro, como ocorre na versão impressa de revistas, por exemplo.
Além disso, aos concurseiros de plantão, fica a dica de analisar de forma mais cuidadosa os editais de concursos públicos no tópico que dispõe sobre a forma de pontuação. Não é interessante tratar a produção científica com menor importância em relação às disciplinas especializadas exigidas nas questões objetivas, já que a contagem de pontos em razão de publicação de artigos pode levar sua colocação final às alturas, sendo determinante para a sua aprovação ou não.
Muitos temem expor seu ponto de vista em um artigo por receio de ser alvo de críticas ou de ter seu ponto de vista contrariado, o que é um erro grave. De fato, todos nós sempre temos algo a aprender e a melhorar, mas como saber como anda sua evolução se não há um ponto de partida para fazer esta comparação? Até mesmo grandes juristas da história, como Cesare Vivante, já reconheceram que estavam errados e mudaram seu entendimento, fato que não retirou o brilhantismo de suas ideias. Afinal, isso faz parte do crescimento intelectual de qualquer pesquisador, o importante é evoluir.
Divulgue seus pensamentos, discuta suas ideias e troque experiências, o conhecimento não deve ficar trancafiado a sete chaves como se fosse uma fórmula secreta. Muito pelo contrário, o conhecimento difundido através da pesquisa e publicação é capaz gerar efeitos muito maiores do que você possa imaginar, a ponto de poder mudar sua vida.
Considerando a relevância da pesquisa na vida do acadêmico de Direito, o Escritório Carlos Henrique Cruz Advocacia apresenta sua 2ª edição do Concurso de Artigos Jurídicos.
O objetivo do concurso é estimular a produção científica ainda na graduação, razão pela qual os autores deverão estar regularmente matriculados no curso de Direito, exatamente para poder concorrer em igualdade com seus pares. Haja vista a dificuldade do estudante de graduação em obter espaço para divulgar suas ideias em meio à qualidade técnica dos pesquisadores dos cursos de pós-graduação, o II Concurso de Artigos Jurídicos provido pela CHC Advocacia prima pela exclusividade de autores graduandos.
O concurso ainda premiará os três melhores artigos. O primeiro colocado receberá o valor de R$3.000,00, o segundo, R$1.200,00 e, no terceiro artigo, o autor ganha R$500,00. Acesse o site do concurso e configura os depoimentos dos vencedores da edição anterior.
Nesta edição, o tema proposto é “Aspectos Jurídicos sobre as relações contratuais no Direito Brasileiro” e as inscrições estão abertas até dia 30 de setembro de 2015.
Inscrições no site: www.chcadvocacia.adv.br/concurso
Texto por: Patrícia Moura, advogada e sócia da CHC Advocacia.